Ações e perspectivas da cultura popular na cidade de Areia/Pb

     No dia 10 de Julho de 2020 foi realizada a palestra intitulada “Cultura Popular: ações e perspectivas na cidade de Areia-PB” organizada pelo projeto de extensão “Andanças culturais: experiências na cidade de Areia-PB”. O palestrante responsável foi Gerson Paulino, historiador e secretário da cultura do município. A conferência faz parte das atividades do #ColetivoDeSaberes, que é uma parceria da Biblioteca com os projetos de extensão por ela desenvolvidos, surgindo como uma proposta de partilha de experiências e conhecimentos em um contexto de isolamento social.

     Gerson, bem saudoso, inicia a palestra de forma harmônica. Encantando os participantes com suas palavras sobre a importância e riqueza que a cidade de Areia possui. Ele a mostra como um celeiro não somente de cultura, arte e tradição, mas também de fortalecimento. Areia é uma terra que se reinventa, que tem se moldado a luz do tempo.

     A percepção histórica da cidade tem sido impulsionada pelo desenvolvimento concreto de uma identidade cultural única. Onde a mesma sempre se encontra como fator principal, que habilita não somente uma visão limitada mas também expansiva da cidade de Areia. Como nosso convidado fala, uma identidade densa, importante para o desenvolvimento não somente interno mas que traz marcas importantes em todo território brasileiro e em todo mundo.

     Uma cidade banhada com características desenvolvidas através dos sec. XVIII e sec. XIX, e que hoje colhe desses frutos culturais. Pois, antes de ser uma cidade turística, ela é cultural, e atrelado aos aspectos históricos e culturais, que a Areia pôde se tornar o que ela é hoje, Terra da Cultura. Reunindo várias atribuições de uma pequena cidade mas que possui representatividade. Poeticamente, Gerson fala que não existe um só lugar na cidade que não inspire arte, palavras verdadeiras que trazem a realidade da essência cultural e artística que está entrelaçada aos movimentos históricos da cidade.

     Embebido com esse amor pela cidade, nosso convidado remonta brevemente o porque Areia é tão rica culturalmente. Uma cidade tombada, cheia de traços que marcam a sociedade. Areia do Teatro Minerva, a nossa amada casa de espetáculos a primeira da Paraíba. Ele que foi palco do triângulo cultural da Paraíba, artístico brasileiro e internacional, onde as operetas e companhias de teatro que vinham ao Brasil da Europa, desfilavam suas peças ao longo da capital do império, faziam Recife e também Areia. Era essa a importância na construção de uma sociedade efetiva. O amado Teatro recebeu grandes nomes como a ilustríssima Ana Botafogo, bailarina que denominou nosso Teatro como uma linda caixa de boneca, José Wilker, Elizabeth Savalla, e muitos outros nomes que vieram abrilhantar seus eventos festivos e culturais.

     O primeiro sobrado construído na vila, o sobrado do Marinheiro Jorge, que hoje é denominado Casarão José Rufino, possui importância histórica para a cidade. Além de ser um ponto de visitação turística, ele, hoje, abriga a secretaria cultura, a secretaria de turismo e a chefia técnica do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional. O Casarão tem 202 anos de história com seus traços originais preservados.

     Também temos outro lugar importante, a Igreja do Rosário dos pretos. Ela acaba traduzindo o que Areia representa. Tem a presença da majestosa Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, que apesar de não reunir mais as características originais, ainda é constituída de histórias por ser testemunha, como as demais citadas, do decorrer do tempo histórico areiense. Além deles, tem a presença do Museu casa Pedro Américo, lugar onde nasceu Pedro Américo de Figueiredo e Melo, o filho ilustre que contribuiu para que a cidade tivesse destaque no Brasil e no mundo. Museu simples, mas cheio de significado. Tornando ainda mas forte as batidas do coração cultual.

     Areia emana cultura em todos os sentidos. A sua história é algo avassalador no sentido de riqueza. Ela é palco de muitas atividades culturais, além de anualmente desenvolver eventos que envolvem afetividade para com o público que visita a cidade e também para os filhos da terra, os residentes e os que sempre retornam para visitação.